quarta-feira, 23 de maio de 2012

Planejando

 


Quando garoto, eu cantava a plenos pulmões a canção do Ira! Que dizia "Eu sou um louco/eu sou um sonhador/eu sou o tolo dos tolos/tudo que minha agenda planejou/o inesperado transformou..." É que eu ficava em casa imaginando situações e o que eu faria nelas e nada saía como eu imaginava. Eu queria fazer planos para minha vida, mas tinha a impressão de que era inútil, a vida era um turbilhão forte demais e a única alternativa seria me deixar levar. Perdi tempo demais com essa leitura equivocada de minha própria incapacidade para fazer planos.

Fazer planos para a vida é um imperativo. Não há vento favorável para quem não sabe para onde vai, como dizia Sêneca. Oswald Chambers destaca, contudo, três elementos importantes na hora de fazer planos:

1. Não faça planos sem Deus. Em um seminário sobre aproveitamento de tempo, o professor colocou um grande jarro de vidro sobre a mesa e o encheu de grandes pedras até a boca. "Está cheio?", ele perguntou e todos responderam que sim. Mas então ele despejou pedrinhas pequenas por entre as grandes e voltou a perguntar: "está cheio agora?" Sim, responderam os alunos, mas então ele pegou um jarro de água e despejou por entre as pedras até a boca. "Agora sim, está cheio. O que isso ensina?" Um dos alunos disse que a lição era que, se espremesse bem, conseguiria fazer um monte de coisas com o tempo que tinha. O professor respondeu, então: "não. A lição aqui é que tudo isso só coube nesse vaso porque eu comecei colocando as pedras grandes, depois as pequenas e então a água. Se invertesse ou trocasse a ordem, isso jamais seria possível". Jesus contou a parábola do homem que decidiu construir um celeiro maior para estocar sua crescente produção de cereais e assim poder viver feliz, na certeza de que nada jamais lhe faltaria. "Alma," pretendia ele, então, dizer para si próprio, "tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te" (Lucas 12:19). Jesus chamou esse homem de louco, porque no dia seguinte ele morreria e então "o que tens preparado para quem será?"

Os planos demandam colocar as coisas em uma certa ordem. Deus e o bem estar da alma precisam estar no começo da equação, caso contrário você será um louco.

2. Não leve o mal em conta. "O amor não suspeita mal", diz I Coríntios 13:5. Chambers aproveita esse conceito para afirmar que "o amor não ignorante da existência do mal, mas não toma isso como um fator a ser considerado na hora de fazer planos.

3. Não leve em conta os dias sombrios. "Não se turbe o coração", diz Jesus (João 14:1) e com isso Ele quer dizer que não devemos ignorar que o sofrimento é uma possibilidade ou, mais que isso, uma probabilidade neste mundo, mas que não devemos considerar o sofrimento possível/provável no momento de fazermos nossos planos e de traçarmos nossa rota. Quem começa planejando com Deus na equação parte da premissa de que é amado pelo Onipotente. Não dá para não ser otimista com isso em mente.

Levi de Paula Tavares

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