É muito comum vermos crentes que, apesar de conhecerem o que o Bíblia diz sobre o pecado, acabam ignorando os alertas e tratando o pecado de forma leviana. Os cristãos de nossos dias perderam a consciência da seriedade do pecado, e também da realidade de suas conseqüências. Diante disso, é preciso estarmos atentos à maneira como Deus usa os resultados de nossos pecados, de modo a aprendermos com nossos erros. Assim, vamos ver como Deus usou as conseqüências do pecado na vida de Israel.
AS CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO
Minha mãe, de vez em quando, relembra algumas travessuras cometidas por seus filhos. Uma delas foi realizada por meu irmão mais velho, quando criança. Vivendo aquela fase de curiosidade e descobertas, ele pegou um frasco de álcool e uma caixa de fósforos, uma combinação explosiva nas mãos de qualquer criança. O recipiente, pela bondade de Deus, possuia apenas uma pequena quantidade de álcool. Meu irmão, com sua ingenuidade infantil, acendeu um palito de fósforo e o jogou dentro do pote de álcool, e ficou olhando, de cima, para ver o que iria acontecer. O resultado é previsível: pálpebras e sombrancelhas queimadas.
Meu irmão sabia que fazer aquilo era errado, tanto que o fez escondido. Apesar de saber que não devia mexer com álcool e fósforo, ele ignorou os alertas de nossa mãe, e acabou arcando com o resultado de sua desobediência. Mas essa conseqüência foi útil, pois ensinou a ele uma boa lição. A queimadura foi um “instrumento” para seu aprendizado. O duro resultado de seu erro foi um ótimo “professor”.
Podemos notar um comportamento semelhante nos cristãos contemporâneos. É muito comum vermos crentes que, apesar de conhecerem o que o Bíblia diz sobre o pecado, acabam ignorando os alertas e tratando o pecado de forma leviana. Os cristãos de nossos dias perderam a consciência da seriedade do pecado, e também da realidade de suas conseqüências. Diante disso, é preciso estarmos atentos à maneira como Deus usa os resultados de nossos pecados, de modo a aprendermos com nossos erros. Assim, vamos ver como Deus usou as conseqüências do pecado na vida de Israel.
Juízes 2.16-3.2
O Pecado (v. 16-19)
Então o SENHOR levantou juízes, que os libertaram das mãos daqueles que os atacavam. Mesmo assim eles não quiseram ouvir os juízes, antes se prostituíram com outros deuses e os adoraram. Ao contrário dos seus antepassados, logo se desviaram do caminho pelo qual os seus antepassados tinham andado, o caminho da obediência aos mandamentos do SENHOR. Sempre que o SENHOR lhes levantava um juiz, ele estava com o juiz e os salvava das mãos de seus inimigos enquanto o juiz vivia; pois o SENHOR tinha misericórdia por causa dos gemidos deles diante daqueles que os oprimiam e os afligiam. Mas, quando o juiz morria, o povo voltava a caminhos ainda piores do que os caminhos dos seus antepassados, seguindo outros deuses, prestando-lhes culto e adorando-os. Recusavam-se a abandonar suas práticas e seu caminho obstinado.
Deus deu ao seu povo algumas ordens, que deveriam ser obedecidas para que o processo de conquista de Canaã transcorresse bem, e Israel fosse grandemente abençoado pelo Senhor, divulgando, assim, a Sua fidelidade à aliança por todos os povos. O povo já havia sido alertado das conseqüências da desobediência a Deus, conforme podemos perceber em Josué 24.20: Se deixardes o SENHOR e servirdes a deuses estranhos, então, se voltará, e vos fará mal, e vos consumirá, depois de vos ter feito bem.
Israel, porém, não levou a sério as advertências e desobedeceu a Deus, e não expulsou completamente todos os povos que haviam em Canaã. Essa atitude teve conseqüências: o Senhor permitiu que os povos cananeus permanecessem no meio de Israel.
Deus usou esse resultado do pecado para educar o Seu povo.
Deus usa as conseqüências do pecado para educar Seu povo.
Vamos ver, então, três maneiras como Deus usou as conseqüências do pecado de Israel, e também usa em nossos dias na igreja, de modo a estarmos atentos para aquilo que o Senhor quer nos ensinar.
1. Deus usa as conseqüências do pecado para educar Seu povo como meio de PUNIÇÃO (2.20,21)
A primeira maneira pela qual Deus usa as conseqüências do pecado de forma didática é a PUNIÇÃO. Podemos perceber isso nos versos 20 e 21 do capítulo 2:
Por isso a ira do SENHOR acendeu-se contra Israel, e ele disse: Como este povo violou a aliança que fiz com os seus antepassados e não tem ouvido a minha voz, não expulsarei de diante dele nenhuma das nações que Josué deixou quando morreu.
Vemos pelo texto que diante da desobediência de Israel em expulsar completamente os povos de Canaã, o Senhor permitiu que esses povos permanecessem na terra. Esse certamente foi um instrumento usado por Deus para punir os israelitas durante todo o livro de Juízes. Por várias vezes, esses povos oprimiram a Israel, conforme podemos ver no verso 16. Esse foi o meio que Deus castigou seu povo naquele contexto.
Devemos sempre nos recordar que o Senhor é um Pai amoroso, que busca o bem de Seus filhos. Porém, é preciso estarmos cientes de que muitas vezes essa correção é sofrida. Israel passou vários anos sendo oprimido por outros povos, até chegar ao arrependimento. Da mesma forma, a correção divina em nosso favor é certa e pode ser pesada, mas sempre tem o propósito de nos conduzir ao arrependimento.
Uma boa maneira de educar os filhos, mas que não tem sido muito usada em nossos dias, é permitir que eles aprendam a lidar com as conseqüências de seus erros. Já tive amigos que eram pessoas irresponsáveis porque, quando cometiam erros, os pais cuidavam de tudo, e não deixavam que o filho sentisse o peso dos resultados de seus atos. Mas Deus nos ama demais para fazer isso conosco. Ele permite que nos “queimemos” no fogo, mas com o propósito de nos ensinar a não brincar com aquilo que é perigoso.
2. Deus usa as conseqüências do pecado para educar Seu povo como meio de PROVAÇÃO (2.21-23)
Podemos perceber isso em Juízes 2.21-23:
...não expulsarei de diante dele nenhuma das nações que Josué deixou quando morreu. Eu as usarei para pôr Israel à prova e ver se guardará o caminho do SENHOR e se andará nele como o fizeram os seus antepassados. O SENHOR havia permitido que essas nações permanecessem; não as expulsou de imediato, e não as entregou nas mãos de Josué.
O Senhor permitiu que alguns povos cananeus permanecessem no meio dos israelitas, de modo a verificar a fidelidade do Seu povo. Na verdade, Deus já conhecia o coração daquelas pessoas. Por isso, Sua real intenção era mostrar para o próprio Israel o que havia dentro dos seus corações.
Vivemos numa época em que nos contentamos em mudar apenas o comportamento, mas sem modificar o nosso coração. Muitas vezes simplesmente nos afastamos daquilo que nos faz cair, mas continuamos com aquela inclinação pecaminosa dentro de nós, que não foi devidamente tratada.
Assim, algumas vezes Deus permite que fraquezas permaneçam em nossas vidas, de modo a provar nossa fidelidade em determinadas situações. Essas provações, porém, nunca têm o propósito de levar a cair, mas de nos conduzir ao crescimento, mostrando aquilo que existe de ruim em nossos corações, de tal modo que fique evidente a nossa necessidade da ação de Deus. Devemos, portanto, estar conscientes de que precisamos depender do Senhor para vencermos. Assim, a provação é um instrumento para nossa educação, na medida em que nos expõe à fraquezas que devem nos levar à dependência de Deus.
O que Deus faz conosco é semelhante a um pai que dá certas responsabilidades ao filho, para saber como anda a maturidade dele. Isso vai mostrar, para ambos, como é o coração do filho.
De forma semelhante, o Senhor quer nos mostrar o que vai em nossos corações. Para isso, algumas vezes Ele permite que algumas conseqüências de nossos pecados estejam presentes, de modo a nos provar. Existe alguma fraqueza na qual você costuma cair? Saiba que isso revela algo no seu coração que precisa ser mudado.
3. Deus usa as conseqüências do pecado para educar Seu povo como meio de PREPARAÇÃO (3.1,2)
A terceira forma pela qual o Senhor usa as conseqüências do pecado para educar Seu povo é a preparação. Podemos perceber isso nos versos 1 e 2 do capítulo 3.
São estas as nações que o SENHOR deixou para pôr à prova todos os israelitas que não tinham visto nenhuma das guerras em Canaã, (fez isso apenas para treinar na guerra os descendentes dos israelitas, pois não tinham tido experiência anterior de combate):
Deus utiliza o mal que praticamos para o nosso próprio bem. O Senhor permitiu que aqueles outros povos permanecessem no meio de Israel para prepará-lo. Um dos propósitos de Deus com isso era habilitar Seu povo para a guerra, pois aquela geração não tinha nenhuma experiência em combate.
Deus também faz isso conosco hoje. Ele utiliza as conseqüências do nosso pecado para trabalhar nosso caráter e nos preparar para a “guerra”.
A partir do momento em que Deus nos permite lidar com as conseqüências dos nossos pecados, Ele utiliza esse mal para um fim proveitoso. Desde quando meu irmão se queimou ao brincar com álcool e fósforo, acredito que nunca mais lidou com esses elementos da mesma forma.
Do mesmo modo, Deus nos prepara, isto é, nos capacita a lidarmos adequadamente com aquilo que usamos ou fizemos de forma errada. Precisamos, entretanto, estar atentos para o que o Senhor tem a nos ensinar.
Agora, pense por instante nos erros que você já cometeu em sua vida. Você aprendeu alguma coisa através das conseqüências deles? Ou você tem caído novamente nas mesmas falhas, vez após vez. Esteja atento para aquilo que o Senhor quer te ensinar. Não são poucos os que estão caindo repetidamente nos mesmos pecados, assim como Israel. Quando nos queimamos com álcool e fósforo, não é preciso um segunda vez para sabermos do perigo.
Mas isso não significa que precisamos sempre errar para aprender. Podemos aprender também com o erro de outras pessoas. Foi justamente para isso que Deus colocou na Bíblia muitas histórias de pecado, de modo que nós não precisássemos cair no mesmo erro para aprender.
Por isso, gaste um tempo diante de Deus em oração e refletindo sobre algum pecado que você tem lutado ultimamente. Pense no que Deus tem te ensinado com as conseqüências de seus atos. Esteja atento para o que o Senhor quer te mostrar, e manifeste disposição em aprender e mudar.
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