A Promessa Feita a Abraão
Deus procurou para si um povo que lhe assentasse como uma luva. Essa é uma grande exigência, levando em consideração o nosso ambiente pecaminoso e o fato de que todos pecamos. Mas Deus começou a realizar isso por volta de 2.000 anos antes de Cristo. Ele mandou que um jovem chamado Abrão e sua família deixassem uma das principais cidades do mundo. Eles se mudaram para 900 km ao norte, para outra cidade com laços culturais. Quando amadureceu, após a morte do seu pai, Abrão recebeu ordens de se mudar novamente, dessa vez 640 km ao sudoeste, para uma terra totalmente estranha para ele. Deus lhe disse que um dia aquela terra pertenceria aos seus descendentes. E Deus fez outras promessas a ele com respeito à sua descendência. Por meio de Abrão, haveria bênçãos sobre todas as famílias da terra (Gênesis 12:1-3).
Mais tarde, o nome de Abrão foi mudado para Abraão, para refletir o fato de que ele seria o pai de muitas nações. Para que isso acontecesse, Abraão primeiramente tinha de ser pai de um povo de quem Jeová seria Deus (Gênesis 17:7) e por meio do qual Deus viria ao mundo. A nação resultante de Israel prenunciava um povo espiritual e ideal no qual Deus teria o que desejava.
É óbvio que as promessas de Deus não se cumpriram na descendência física de Abraão, pois seus descendentes tinham de aprender a guardar os caminhos de Jeová, para que Deus pudesse cumprir em Abraão tudo o que ele tinha prometido, até mesmo a bênção posterior para todas as nações (Gênesis 18:18-19). Assim, Israel tinha de fazer certas coisas para cumprir um propósito que estava além de si.
Paulo também afirma que as promessas de bênção apontavam para além do Israel carnal, na terra deles e debaixo da lei. Com respeito às promessas feitas por Deus referente à semente de Abraão, ele disse: "Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo" (Galátas 3:16). Paulo não está dizendo que a "descendência", que simplesmente significa posteridade, exige uma só pessoa, mas que "o descendente" é uma explicação do que a promessa, a lei e os profetas transmitiam: viria alguém em quem todas as nações seriam abençoadas.
E, assim como Israel era o nome de uma pessoa que incorporou toda uma nação, Cristo foi a incorporação de todos os que pela fé foram batizados nele. Em Cristo, há muitos (1 Coríntios 12:20). São eles os herdeiros em um descendente da promessa feita a Abraão (Galátas 3:26-28).
Esses são os que recebem por herança não uma mera terra física, mas uma habitação espiritual e abençoada, a igreja (Isaías 62:1-4; Zacarias 13:1-2), e, ao fim, junto com Abraão, aquela cidade eterna feita por Deus (Hebreus 11:8-10; 13:14), o céu. Então o céu, não uma terra que Israel perdeu por infidelidade, seria o fim da jornada para Abraão e seus descendentes em Cristo. Abraão no final seria o pai de um povo espiritual e purificado, que tinha a fé dele e obedecia como ele obedecia, que seria circunciso no coração e no espírito e não na carne. Essas são as pessoas de todas as nações, a quem Deus escolheu para si.
Deus deu a Jeremias um bom exemplo do que Deus procura em seu povo e, portanto, do que deve caracterizar esse povo. Para mostrar a coerência que deve haver entre Deus e o seu povo, Jeremias recebeu ordens de comprar e usar um cinto de linho, uma roupa íntima que ficava bem rente ao corpo, mas não devia ser molhada antes de vestir. Assim, o linho seria inflexível. Depois de passar pelo que deve ter sido uma situação desconfortável, Jeremias recebeu ordens de levar o cinto ao Eufrates, onde devia enterrá-lo num buraco ao lado do rio, o que deve ter feito com todo prazer. Após algum tempo, teve ordens para retirar o cinto. Estava estragado e inutilizável. Deus disse que arruinaria assim o orgulho de Judá e de Jerusalém e a teimosia daqueles que se recusavam a ouvir as suas palavras. Embora destruísse alguns, ele tiraria um remanescente de sua terra contaminada e o preservaria no cativeiro. Por meio desse remanescente, ele daria continuidade ao seu propósito imutável. Mas, depois disso, a lição: "Porque, como o cinto se apega aos lombos do homem, assim eu fiz apegar-se a mim toda a casa de Israel e . . . Judá . . . para me serem por povo . . . mas não deram ouvidos" (Jeremias 13:11). O povo de Deus deve ser-lhe adequado, rendendo-se ao que ele é. Como era desconfortável o seu relacionamento com um Israel resistente, que não se entregava.
Mas hoje Deus tem o povo que deseja. Ele começou com Abraão e terminou com Cristo, que é o primogênito de muitos irmãos. Deus predeterminou que esses irmãos fossem parecidos com Cristo (Romanos 8:30). Pessoas não fazem parte do povo de Deus apenas porque são religiosas ou fazem coisas religiosas. Não são povo de Deus simplesmente porque são contadas como membros da igreja de Cristo. Nem todas as pessoas das congregações do Novo Testamento eram povo de Deus (1 Coríntios 5:5; Apocalipse 3:5; Judas 12). Assim como nem todo Israel era Israel de Deus (Romanos 9:6). Somos povo de Deus, vivendo na esperança da eterna cidade, quando imitamos a Cristo, quando nos encaixamos com Deus, como uma luva.
A nossa desculpa de que somos muito fracos, quando deveríamos nos entristecer e nos arrepender, mostra como somos demasiadamente influenciados pela permissividade do mundo. Não devemos nos sentir tão à vontade com este mundo quando somos apenas peregrinos de passagem, assim como Abraão por Canaã. Somos os herdeiros do supremo desígnio que nos permite, em perdão e em santificação, ser participantes da natureza divina, mostrar as excelências de Deus. É isso que faz o povo de Deus.
- por Dale Smelsera
Deus procurou para si um povo que lhe assentasse como uma luva. Essa é uma grande exigência, levando em consideração o nosso ambiente pecaminoso e o fato de que todos pecamos. Mas Deus começou a realizar isso por volta de 2.000 anos antes de Cristo. Ele mandou que um jovem chamado Abrão e sua família deixassem uma das principais cidades do mundo. Eles se mudaram para 900 km ao norte, para outra cidade com laços culturais. Quando amadureceu, após a morte do seu pai, Abrão recebeu ordens de se mudar novamente, dessa vez 640 km ao sudoeste, para uma terra totalmente estranha para ele. Deus lhe disse que um dia aquela terra pertenceria aos seus descendentes. E Deus fez outras promessas a ele com respeito à sua descendência. Por meio de Abrão, haveria bênçãos sobre todas as famílias da terra (Gênesis 12:1-3).
Mais tarde, o nome de Abrão foi mudado para Abraão, para refletir o fato de que ele seria o pai de muitas nações. Para que isso acontecesse, Abraão primeiramente tinha de ser pai de um povo de quem Jeová seria Deus (Gênesis 17:7) e por meio do qual Deus viria ao mundo. A nação resultante de Israel prenunciava um povo espiritual e ideal no qual Deus teria o que desejava.
É óbvio que as promessas de Deus não se cumpriram na descendência física de Abraão, pois seus descendentes tinham de aprender a guardar os caminhos de Jeová, para que Deus pudesse cumprir em Abraão tudo o que ele tinha prometido, até mesmo a bênção posterior para todas as nações (Gênesis 18:18-19). Assim, Israel tinha de fazer certas coisas para cumprir um propósito que estava além de si.
Paulo também afirma que as promessas de bênção apontavam para além do Israel carnal, na terra deles e debaixo da lei. Com respeito às promessas feitas por Deus referente à semente de Abraão, ele disse: "Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo" (Galátas 3:16). Paulo não está dizendo que a "descendência", que simplesmente significa posteridade, exige uma só pessoa, mas que "o descendente" é uma explicação do que a promessa, a lei e os profetas transmitiam: viria alguém em quem todas as nações seriam abençoadas.
E, assim como Israel era o nome de uma pessoa que incorporou toda uma nação, Cristo foi a incorporação de todos os que pela fé foram batizados nele. Em Cristo, há muitos (1 Coríntios 12:20). São eles os herdeiros em um descendente da promessa feita a Abraão (Galátas 3:26-28).
Esses são os que recebem por herança não uma mera terra física, mas uma habitação espiritual e abençoada, a igreja (Isaías 62:1-4; Zacarias 13:1-2), e, ao fim, junto com Abraão, aquela cidade eterna feita por Deus (Hebreus 11:8-10; 13:14), o céu. Então o céu, não uma terra que Israel perdeu por infidelidade, seria o fim da jornada para Abraão e seus descendentes em Cristo. Abraão no final seria o pai de um povo espiritual e purificado, que tinha a fé dele e obedecia como ele obedecia, que seria circunciso no coração e no espírito e não na carne. Essas são as pessoas de todas as nações, a quem Deus escolheu para si.
Deus deu a Jeremias um bom exemplo do que Deus procura em seu povo e, portanto, do que deve caracterizar esse povo. Para mostrar a coerência que deve haver entre Deus e o seu povo, Jeremias recebeu ordens de comprar e usar um cinto de linho, uma roupa íntima que ficava bem rente ao corpo, mas não devia ser molhada antes de vestir. Assim, o linho seria inflexível. Depois de passar pelo que deve ter sido uma situação desconfortável, Jeremias recebeu ordens de levar o cinto ao Eufrates, onde devia enterrá-lo num buraco ao lado do rio, o que deve ter feito com todo prazer. Após algum tempo, teve ordens para retirar o cinto. Estava estragado e inutilizável. Deus disse que arruinaria assim o orgulho de Judá e de Jerusalém e a teimosia daqueles que se recusavam a ouvir as suas palavras. Embora destruísse alguns, ele tiraria um remanescente de sua terra contaminada e o preservaria no cativeiro. Por meio desse remanescente, ele daria continuidade ao seu propósito imutável. Mas, depois disso, a lição: "Porque, como o cinto se apega aos lombos do homem, assim eu fiz apegar-se a mim toda a casa de Israel e . . . Judá . . . para me serem por povo . . . mas não deram ouvidos" (Jeremias 13:11). O povo de Deus deve ser-lhe adequado, rendendo-se ao que ele é. Como era desconfortável o seu relacionamento com um Israel resistente, que não se entregava.
Mas hoje Deus tem o povo que deseja. Ele começou com Abraão e terminou com Cristo, que é o primogênito de muitos irmãos. Deus predeterminou que esses irmãos fossem parecidos com Cristo (Romanos 8:30). Pessoas não fazem parte do povo de Deus apenas porque são religiosas ou fazem coisas religiosas. Não são povo de Deus simplesmente porque são contadas como membros da igreja de Cristo. Nem todas as pessoas das congregações do Novo Testamento eram povo de Deus (1 Coríntios 5:5; Apocalipse 3:5; Judas 12). Assim como nem todo Israel era Israel de Deus (Romanos 9:6). Somos povo de Deus, vivendo na esperança da eterna cidade, quando imitamos a Cristo, quando nos encaixamos com Deus, como uma luva.
A nossa desculpa de que somos muito fracos, quando deveríamos nos entristecer e nos arrepender, mostra como somos demasiadamente influenciados pela permissividade do mundo. Não devemos nos sentir tão à vontade com este mundo quando somos apenas peregrinos de passagem, assim como Abraão por Canaã. Somos os herdeiros do supremo desígnio que nos permite, em perdão e em santificação, ser participantes da natureza divina, mostrar as excelências de Deus. É isso que faz o povo de Deus.
- por Dale Smelsera
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